O que posso fazer?

Por ser um momento que pode ser desorganizador, abaixo colocamos algumas ideias que podem ajudar tanto um homem que recebe o diagnóstico de sua infertilidade quanto àqueles que estão a sua volta.

Lembrando que são ideias que podem ser adaptadas e não fórmulas. Cada um pode traçar a sua rota da maneira que for possível.

Se sou a pessoa que recebi o diagnóstico:

Quanto mais parâmetros temos, mais segurança teremos tanto nos profissionais que nos acompanham, quanto para termos pontos de partida para caminharmos. Pergunte quantas vezes achar necessário, é direito seu.

Rede de apoio é importante e pode ser um espaço de acolhimento e troca. Amigos, família, grupos de apoio, psicoterapia, orientação espiritual, entre outras possibilidades em que possamos receber um cuidado significativo e responsivo as nossas necessidades.

Muitas vezes pode ser difícil se expor, lidar com algo que rompe com o que desejávamos ou esperávamos. Falar sobre pode colaborar para entendermos e criamos caminhos para manejar com outro olhar. Não existe um certo ou um errado e sim aquilo que conseguimos naquele momento.

Sentimentos não são fraqueza. Apesar de parecer que socialmente não podemos sentir, essa ideia é equivocada. Sentir faz parte de todo ser humano. A forma como expressamos é diferente, mas ao nos permitirmos entrar em contato, podemos nos fortalecer e criar estratégias de enfrentamento. Aqui também não há certo ou errado, todo sentir é válido.

Se sou cônjuge / familiar / amigo de um homem que recebeu o diagnóstico:

Você não precisa ter vivido a experiência exata do outro para acolher e respeitar a dor desse homem. Oferecer uma escuta responsiva e muitas vezes somente o fato de estar ao lado, em silêncio, podem ser formas de exercer empatia. Seja compassivo verificando se há algo que você possa fazer por esse homem. Não assuma que sabe o que será melhor para ele, pergunte antes de agir.

“Você pode adotar, é tão bonito”;

“Deus quis assim, Ele sabe o que faz”;

“Vocês podem tentar de novo”;

“Vai sobrar mais tempo para vocês”;

“Criança dá despesa e com o mundo assim, é melhor”;

“Vai ver que não era para ser”.

Esses são alguns exemplos de como, na angústia de ajudar de alguma forma podemos atropelar esse homem e ao em vez de trazer uma base de segurança, fazer com que ele possa se sentir a pior pessoa possível. E até se fechar. São frases que tentam justificar ou solucionar, mas desconsideram totalmente a vivência desse homem e o que ele está sentindo.

Novamente, na ânsia de ajudar podemos passar a ideia de que tem um relógio que conta o tempo adequado para viver o luto. Essa ideia também é equivocada. O luto é um processo singular e sua elaboração depende de inúmeros fatores. Não é sobre a quantidade de tempo e sim as ferramentas de cada pessoa que podem ajudar no processo.

Fingir que não há um diagnóstico ou que esse homem pode estar enlutado não vai fazer com aconteça uma mágica, ao contrário. Esse homem pode se sentir invalidado e não reconhecido, como se não pudesse enlutar. Fingir que não existe é diferente de respeitar o limite da pessoa. Limite não quer dizer ignorar e sim que talvez naquele momento esse homem já está tentando lidar com o seu possível.

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